Adolpho Rodrigues Gomes

Era natural do Estado de Minas Gerais, filho de Caetano Rodrigues Gomes e Olympia de Carvalho Gomes, nascido em 1856 e falecido em Afonso Cláudio em 17 de abril de 1929, aos 64 anos. Foi casado com Rosalina Celestina Gomes. Tiveram os seguintes filhos: Maria Luiza, Maria (casada com Benício Dias de Salles, neto materno de João Francisco Machado Braga, meu trisavô paterno), Miguel, Eupídio, Olívia, Cecília (casada com Armindo Dias de Salles, irmão de Benício) e Astolfo.
Exerceu as funções de Tabelião e Escrivão do Cartório do 1º Ofício da Comarca de Afonso Claudio (1901 a 1929). Participou do grupo dos 18 homens, que chefiados por Antônio Rosa e Ramiro de Barros, seguiram em direção à Capital (Vitória) para prestigiar o republicano vitorioso Afonso Cláudio, ocasião em que, ao chegarem a Santa Joana (atual Itarana), foram recebidos por violenta fuzilaria, onde houve mortos e feridos, daí tê-los obrigado a retornar ao município.
Em 1891, participou da sessão da instalação da Vila de Afonso Cláudio, ocasião em que fez uso da palavra, que em breves frases recordou a origem do povoamento e aproveitou para saudar os ilustres republicanos, Afonso Cláudio, Constante Sodré, Henrique Coutinho e Cleto Nunes.
Fez parte do 1° Conselho Intendente (em companhia de meu trisavô João Francisco Machado Braga e outros) nomeado pelo Interventor Estadual, Barão de Monjardim, em 18 de dezembro de 1890.
Em 22 de fevereiro de 1891, foi nomeado para o cargo de Secretário da Intendência, daí ter solicitado a sua exoneração do cargo de Membro do Conselho (1º Secretário).
Foi eleitor na 1ª seção do distrito da Vila, logo após o recadastramento eleitoral de 1894.
Elegeu-se em 07 de dezembro de 1892 Juiz Distrital, com 52 votos, sendo o mais votado.
Durante o período de 23 de maio de 1897 a 23 de maio de 1899, foi nomeado interventor do município de Afonso Cláudio (Prefeito), sendo o 10º intendente.
Era proprietário de uma casa de negócios na Vila, considerada de 3ª classe. Trabalhava também com mascateação. Possuia também uma fazenda no município
Fez parte da composição da Câmara Municipal de 1897, onde foi presidente e assinou o Decreto nº 48, de 24/03/1897, que autorizou o município a contratar um empréstimo para construção do edifício - sede da municipalidade e outras obras.
Quando da fundação do jornal "O Alto Guandu", em 1° de janeiro de 1893, fez parte da direção, no cargo de Secretário.
Juntamente com o Cel. José Cupertino, ajudou a fundar a 1ª banda de música do município, denominada "Euterpe Guanduense". Sua verve artística fez com que ao longo de sua vida estivesse sempre presente nesta atividade, pois, além de músico, foi, em 1893, Secretário do 1º grupo de teatro amador de Afonso Cláudio, denominado de "Theatro Guanduense".
O 1º piano a chegar à cidade foi adquirido por ele, que foi transportado por carro de bois. Segundo HADDAD FILH0, apud VIEIRA, p.23: "Seu Adolpho Gomes, o tabelião da cidade, homem inteligente e de bom nível cultural, gostava de música e queria fazer uma surpresa aos moradores locais [...]" comprando um piano. Deixou a sociedade incrédula, onde alguns acreditavam e outros não, no projeto. Marcada a data e horário, compareceu à solenidade de recepção ao piano, a nata da sociedade afonsoclaudense: Pe. Jorge, o Juiz de Direito - Dr. Lourival de Almeida, o Cel. José Giestas - Prefeito, o maestro Emigdio Xavier e populares. Eis que, de repente é anunciado que o Sr. Felício vinha trazendo o piano, um "simpático velhinho de barbas brancas" e conhecido de todos na cidade. Vindo na direção do Hotel Custódio, "tocando" um carro de bois todo enfeitado, "vinha adentrando a cidade com sua preciosa carga".
Quando foi oficializada em 1905, a Conferência São Vicente de Paulo, fez parte como um de seus Membros.
Foi nomeado Tenente Secretário do 6° Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional da Comarca de Santa Leopoldina (ES), pelo Vice-Presidente da República Floriano Peixoto, na data de 26 de de janeiro de 1893.


Fonte: VIEIRA, Eugenio. Afonso Claudio. Vitória: Do Autor, 2009, p.632-634.