José Giestas


Era português, nascido em Monção do Minho, a 27 de agosto de 1877, e falecido em Afonso Cláudio no dia 14 de março de 1935, filho de Helena Rosa Fernandes Giestas. Segundo Jair Giestas, seu filho, "aos treze anos de idade emigrou para o Brasil. No Rio de Janeiro, foi morar com sua mãe, que vivera anteriormente no Rio Comprido. Seu primeiro trabalho foi num bar, todavia não pode suportá-lo porque o horário de serviço era das seis as vinte e duas horas, sem nenhum descanso, de segunda feira a domingo".
Trocou de emprego e passou a trabalhar numa fábrica de calçados, cujo horário era quase o mesmo. Adoeceu de impaludismo, quando seus patrões também tinham decidido encaminhá-lo a uma fazenda de São Paulo. Entretanto, de "passagem pelo Rio, seu tio João Manoel Fernandes convidou-o para passar a fase de restabelecimento na sua fazenda, no Espírito Santo". Veio para a Fazenda Pindobas, em Castelo e não retornou mais para o Rio de Janeiro.
Em Castelo foi trabalhar na roça, passando depois para a área do comércio.
"Em 1895, atraído pela propaganda, resolveu conhecer o Alto Guandu (hoje Afonso Cláudio). Gostando da região, instalado por amigos, também vindos de Castelo, decidiu ficar temporariamente. No começo residiu na fazenda Vargem Grande, de Antônio Manoel Fernandes, posteriormente seu sogro".
Ali, foi professor de rapazes e meninos da fazenda. Quando conheceu o Cel. Ramiro de Barros, este o convidou para trabalhar na sede do município. Começou como auxiliar do comércio do Sr. Ramiro. Posteriormente, ingressou no serviço público municipal. Nas horas vagas, complementava os salários, atuando no ramo de barbearia.
A mesma fonte afirma que: "A 7 de setembro de 1901 casou-se com d. Firmina de Vargas Fernandes, na localidade de Pontões. Deste matrimônio, nasceram onze filhos: Izilda, Jair, Hotir, Gualter, Alcy, Darcy, Haydée, Elisa, Helena, Zeny e Jofir.
Na atividade pública municipal, começou como Procurador, passando depois para a Secretaria do mesmo Governo. Com a prática adquirida de guarda-livros, fazia também escritas comerciais.
"Em 1909, foi nomeado professor público municipal por concurso público. Ainda no mesmo ano, devido a falta de advogados, exerceu também o mandato procuratório em inventários e causas cíveis, em que não houvesse impedimento da lei".
Novamente deixava o magistério em 1912, por questões financeiras, e retornava ao ramo do comércio.
No dia 25 de março de 1914 era eleito como primeiro prefeito após a reforma constitucional de 13 de maio de 1913. "Reeleito em 1916 e 1918, exerceu o mandato por três biênios consecutivos".
No ano de 1920, afastou-se das lidas políticas, não sem antes ter marcado a sua passagem pela administração municipal com grandes realizações, sendo que a marca principal foi a construção do Palácio Municipal, numa época de grandes dificuldades financeiras.
Entretanto, em 1924 retornava à política, ocasião em que o prefeito José Cupertino havia falecido e "seus amigos foram tirá-lo do recesso para assumir a direção política do município".
Nesta nova fase política-administrativa deixou também a sua marca: "construiu a estrada de automóvel, embora precária, da cidade a divisa com Castelo", promulgou o Código de Posturas do município (Lei Nº 55, de 17/07/1917); Código Tributário (Lei N° 42, de 1°/10/1928) e Organização Administrativa do Município (Lei Nº 13, de 29/04/1929).
Em 1930, deixava novamente a política, passando a dedicar-se unicamente às suas atividades particulares.
José Giestas teve vários irmãos, sabidamente um deles também fixou residência em Afonso Cláudio, na região do Córrego do Sabão, distrito de São Francisco. Seu nome, Adriano Fernandes Giestas, casado com Maria de Vargas, com grande descendência em Afonso Cláudio e na capital do estado, além de outros estados.

Por Adilson Braga Fontes
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Fonte:

VIEIRA, José Eugênio. Afonso Cláudio: cronologia de sua história política, administrativa e cultural. Vitória, 2009.