sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Como era Vila Velha

A cidade de Vila Velha tinha ruas estreitas, arenosas. Não possuía calçamento, nem rede de esgoto, nem água encanada. A água era recolhida no chafariz da fonte de Inhoá, perto da igreja do Rosário.
Era de lancha ou de barco que se ia de Vitória a Vila Velha. O desembarque se dava no cais dos Padres. O cais ficava diante da entrada velha do convento da Penha. Nessa época nem sequer havia o bonde ligando Vila Velha a Paul. O bonde só começou a circular a partir de 1912.
Os moradores de Vila Velha habitavam casas simples e todos se conheciam. Os quintais eram divididos por ripas e possuíam árvores frutíferas. Quase não havia movimento na cidade. As noites eram silenciosas e calmas. Somente em ocasiões especiais, como nas festas de Nossa Senhora da Penha, e nas célebres lapinhas, havia agitação nas ruas.
Sem energia elétrica, a iluminação noturna era feita com lampiões a querosene. A luz dos lampiões públicos mal iluminava o espaço em volta dos postes.
A praça, em frente à igreja do Rosário, ia até as areias da Prainha. As areias estavam, quase sempre, cobertas de algas verdes. Quem por ali passasse ficava com as canelas verdes. Muitos historiadores dizem que essa é a origem da expressão canelas verdes, usada para designar os moradores de Vila Velha.
Atrás da igreja do Rosário ficava o velho cemitério da cidade. Para se ir à Praia da Costa, que era desabitada, atravessava-se o rio da Costa, sobre pranchões de madeira. Com a urbanização, este pequeno rio foi canalizado. Para se subir ao convento da Penha, usava-se a ladeira de pedra, porque não havia a estrada de rodagem.
Foi lentamente que Vila Velha mudou. As primeiras grandes mudanças ocorreram com a chegada da energia elétrica e dos bondes elétricos.


Fonte: Vila Velha: Nosso Município - Noções Históricas e Geográficas
Autores: Léa Brígida Rocha de Alvarenga Rosa/ Luiz Guilherme Santos Neves/ Renato José Costa Pacheco


Fotos: Instituto Jones Santos Neves.